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Geral PORTA DO INFERNO

'Porta do Inferno': cratera na Sibéria está se expandindo e pode ser vista do espaço

Descobertas demonstram a rapidez com que a degradação do permafrost ocorre

08/06/2024 19h30
Por: Ribamar Rocha Fonte: O Globo — Moscou
Cratera de 200 acres de largura e 90 metros de profundidade está se expandindo mais rápido do que o esperado — Foto: Reprodução Google Maps
Cratera de 200 acres de largura e 90 metros de profundidade está se expandindo mais rápido do que o esperado — Foto: Reprodução Google Maps

Um novo estudo aponta que a cratera de mais de 800 metros quadrados e quase 90 metros de profundidade em Yana, na Sibéria, conhecida como "Cratera Batagaika", está se expandindo mais rápido do que o esperado devido às mudanças climáticas. Também conhecida como "Porta do Inferno", a Cratera Batagaika se formou pela primeira vez quando o solo de permafrost da tundra siberiana começou a derreter e liberar toneladas de metano previamente congelado, um poderoso gás de efeito estufa, na atmosfera terrestre.

Novas pesquisas revelaram que a taxa de liberação de metano e outros gases de carbono à medida que a cratera se aprofunda atingiu entre 4000 e 5000 toneladas por ano. As descobertas, segundo o autor principal do estudo, Alexander Kizyakov, "demonstram a rapidez com que a degradação do permafrost ocorre." Ele alerta que a cratera, em breve, começará provavelmente a liberar todo o gás de efeito estufa restante.

Cratera pode ser vista do espaço — Foto: Divulgação/NASA

O glaciólogo trabalhou com outros pesquisadores no novo estudo, publicado em maio na revista Geomorphology. Kizyakov e seus colegas descobriram que a cratera quase atingiu o substrato rochoso, o que significa que o permafrost derretido que ainda resta para derreter, e assim gerar um colapso adicional, está quase todo derretido.

Mas Kizyakov, que leciona na Universidade Estatal de Moscou Lomonosov, na Rússia, observou que ainda há oportunidades para o derretimento continuar lateralmente.

"A expansão ao longo das margens e encosta acima é esperada", disse Kizyakov ao site Atlas Obscura.

"Esta expansão lateral também é limitada pela proximidade do substrato rochoso, cujo topo aparentemente se eleva até a sela entre as montanhas mais próximas, cerca de 550 metros encosta acima", explicou ele.

Foto: Reprodução Google Maps

Nikita Tananaev, pesquisador do Instituto de Permafrost Melnikov em Yakutsk, que não contribuiu para a nova pesquisa, observou que apenas esse vazamento da cratera está alterando permanentemente os ecossistemas próximos.

"Isso levará a alterações significativas no habitat ribeirinho, e o efeito dos sedimentos escapando do deslizamento é visto até no Rio Yana, o principal rio nas proximidades," disse Tananaev ao Atlas Obscura.

 

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