Com luzes de Natal sendo acesas, crianças vestidas de Papai Noel, shows musicais em diferentes cidades e um vídeo divulgado pela televisão estatal mostrando um presépio e pessoas cantando uma música religiosa, a administração de Nicolás Maduro deu início, por decreto, à comemoração adiantada do Natal na Venezuela, na terça-feira (1º).
A decisão de adiantar o Natal, tomada pelo presidente venezuelano em diferentes anos desde que chegou ao poder, em 2013, desta vez foi anunciada por Maduro no mesmo dia em que a Justiça emitiu um mandado de prisão contra o ex-candidato presidencial da oposição, Edmundo González.
A antecipação das comemorações foi questionada pela Igreja Católica. “O Natal é uma celebração de caráter universal. Seu modo e o tempo de comemoração competem à autoridade eclesiástica. Esta festividade não deve ser utilizada com fins propagandísticos, nem políticos particulares”, expressou, em setembro, a Conferência Episcopal do país, pontuando que a celebração é somente no último mês do ano.
“Jesus Cristo pertence ao povo, o Natal é do povo e o povo o celebra quando queira comemorar seu Natal”, respondeu Maduro, por sua vez, dizendo que a data será comemorada no país até 15 de janeir
Na capital Caracas, a prefeita chavista, Carmen Meléndez, vestida com as cores natalinas, ao lado do ministro da Cultura Ernesto Villegas, liderou uma cerimônia para iluminar a cruz do parque nacional Waraira Repano e da árvore de Natal da Praça Bolívar, no centro da cidade.
“No dia 1º de outubro iniciamos o Natal em todos os lugares da pátria, com nossas crianças e famílias”, afirmou, cercada de menores vestidos de Papai Noel. De acordo com o canal estatal de televisão, shows musicais foram realizados nos estados de Miranda, Bolívar e Zúlia.
“Quem imaginaria que adiantar o Natal geraria incômodo em alguns setores minoritários”, ironizou o ministro do Interior e um dos principais líderes chavistas, Diosdado Cabello, que participou da iluminação natalina na sede do Corpo de Investigações Científicas Penais e Criminais da Venezuela. “No entanto, vimos as pessoas contentes e aproveitando nas Praças Bolívar do país”, disse.
Maduro adianta o período de comemoração do Natal desde seu primeiro ano de governo, em 2013. Na ocasião, ele alegava haver uma “guerra econômica” de setores empresariais opositores contra seu governo.
Naquele ano, o país enfrentava escassez de produtos básicos, como papel higiênico, xampu, óleo de cozinha e alguns alimentos. Os jornais noticiaram que faltariam brinquedos e produtos para preparar pratos tradicionais da ceia da noite de Natal na Venezuela.
O presidente venezuelano, então, adiantou o Natal para novembro como parte de uma campanha para, segundo ele, “derrotar a amargura”.
Além da antecipação dos shows de gaita, gênero musical associado ao período, e da iluminação natalina nas cidades, também seriam adiantados os pagamentos do 13º salário, e a realização de feiras para a venda de alimentos e brinquedos.
Desde então, o adiantamento do Natal se repetiu diversas vezes, em alguns anos para outubro e em outros para novembro.
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