MPRR pede condenação de Jalser Renier e mais oito no caso Romano dos Anjos
O órgão requer a condenação de nove réus, incluindo o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Jalser Renier, apontado como mandante do crime.
14/03/2025 06h47Atualizada há 2 dias
Por: Ribamar RochaFonte: Adriele Lima - Folha Web
Ex-presidente da ALE-RR, Jalser Renier, apontado como mandante do crime - Foto Divulgação Folha Web
O Ministério Público de Roraima (MPRR) apresentou suas alegações finais no processo que investiga o sequestro e tortura do jornalista José Romano dos Anjos Neto, ocorrido em outubro de 2020. No parecer, no qual a Folha teve acesso, o órgão requer a condenação de nove réus, incluindo o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Jalser Renier, apontado como mandante do crime.
Além de Jalser, o MP pede a condenação dos policiais Natanael Felipe de Oliveira Junior, Moisés Granjeiro de Carvalho, Vilson Carlos Pereira Araújo, Nadson José Carvalho Nunes, Clóvis Romero Magalhães Souza, Gregory Thomaz Brashe Junior, Thiago de Oliveira Cavalcante Teles e do ex-servidor da ALE-RR, Luciano Benedicto Valério. Eles são acusados dos crimes de sequestro, cárcere privado, tortura, roubo majorado, dano qualificado e constituição de milícia privada.
Por outro lado, o Ministério requer a absolvição de Thiago de Oliveira Cavalcante Teles por não haver provas que o vinculem diretamente ao crime. O órgão considera que as evidências colhidas ao longo do processo não são suficientes para sustentar uma condenação.
“O pedido de absolvição pelo GAECO do MPRR é um atestado da comprovação de sua inocência, tese sustentada e comprovada durante toda a instrução processual. Aguarda ainda a manifestação judicial para confirmar sua total ausência de participação no caso e, finalmente, que seu nome possa ser limpo perante a sociedade roraimense”, disse o advogado de Thiago, Samuel Almeida Costa, em nota.
Os crimes e as provas apresentadas
Romano dos Anjos foi sequestrado em sua residência, no bairro Aeroporto, em Boa Vista, por homens encapuzados e armados no dia 26 de outubro de 2020. Ele foi levado para uma área isolada na zona rural do município, onde foi espancado e ameaçado de morte antes de ser abandonado gravemente ferido. Na ocasião, sua esposa, Nattacha Vasconcelos, também foi rendida e mantida em cárcere privado dentro da casa.
As investigações apontam que o crime teve motivação política, já que o jornalista fazia denúncias contra Jalser Renier e seu grupo. De acordo com o MP, dias antes do crime, Jalser registrou um boletim de ocorrência alegando que estava sendo alvo de calúnias. Dois dias depois do sequestro, ele voltou à polícia para denunciar que estaria sendo vítima da divulgação de informações sigilosas. Para os investigadores, esses registros reforçam a suspeita de retaliação contra Romano.
O parecer detalha que o crime foi minuciosamente planejado, com uso de técnicas operacionais de segurança, armas de fogo e veículos, e que a execução envolveu agentes ligados ao esquema de segurança do então presidente da ALE-RR. Entre as provas citadas pelo MP estão depoimentos das vítimas e testemunhas, laudos periciais, registros de chamadas telefônicas e interceptações realizadas ao longo da investigação.
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