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Política AS 'PÉROLAS' DE LULA

Lula chama diretora-geral do FMI de 'mulherzinha'; relembre outras falas machistas

Recorrente em frases de cunho machista, presidente relata diálogo com economista durante a cúpula do G7

12/04/2025 16h41
Por: Ribamar Rocha Fonte: Arthur Guimarães de Oliveira - Folha de S. Paulo
Presidente Lula em reunião com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva - Gabriela Biló - 4.mar.24/Folhapress
Presidente Lula em reunião com a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva - Gabriela Biló - 4.mar.24/Folhapress

O presidente Lula (PT) se referiu à diretora-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, como "uma mulherzinha" na última terça-feira (8) durante evento em São Paulo. O chefe do Executivo é recorrente nesse tipo de frase.

Nesta ocasião, Lula relatou um diálogo com a economista no fórum da cúpula do G7 em Hiroshima (Japão) em 2023. "Lá, eu encontro com uma mulherzinha, presidenta do FMI, diretora-geral do FMI, que nem me conhecia."

Segundo o presidente, ela teria dito que o cenário estava difícil para o Brasil e que o país só cresceria 0,8% naquele ano. No que ele respondeu: "Você nem me conhece, eu não te conheço. Como é que você fala que o Brasil vai crescer 0,8%?"

A declaração de Lula foi dada na cerimônia de abertura da 29ª Feira Internacional da Construção Civil e Arquitetura e da 100ª edição do Encontro Internacional da Indústria da Construção.

Georgieva é doutora em ciência econômica e mestre em economia política e sociologia pela Universidade de Economia Nacional e Mundial da Bulgária, seu país de origem.

É diretora-geral do FMI desde 2019. Antes de ingressar no Fundo, foi diretora-executiva do Banco Mundial e vice-presidente de Orçamento e Recursos Humanos da Comissão Europeia.

Esta não é a primeira vez que o petista usa termos considerados machistas. Em março, ele disse ter nomeado uma "mulher bonita", Gleisi Hoffmann, para a Secretaria das Relações Institucionais para "melhorar a relação" com o Congresso.

No histórico do presidente, pesam também frases em que ele relativizou a violência doméstica e fez comparação machista entre "mulheres" e "amantes".

Apesar de serem a maioria da população (52%) e a maior parte dos eleitores (53%), as mulheres são menos eleitas e participam menos dos órgãos de cúpula dos partidos, além de estarem sujeitas a maior violência política.

Relembre frases machistas já proferidas por Lula.

  • 'Essa mulher bonita'

Depois de nomear a ex-presidente nacional do PT Gleisi Hoffmann para o cargo de ministra da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), o presidente Lula afirmou ter colocado uma "mulher bonita" no cargo para "melhorar a relação" com o Congresso Nacional.

A declaração, feita nesta quarta-feira (12), foi direcionada aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que participavam de uma cerimônia com o mandatário.

"Uma coisa, companheiros, que eu quero mudar, estabelecer a relação com vocês, por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais, é que eu não quero mais ter distância entre vocês", afirmou, durante lançamento do chamado "Crédito do Trabalhador".

  • 'Amante da democracia'

Em 8 de janeiro de 2025, durante ato para relembrar os dois anos dos ataques antidemocráticos à sede dos três Poderes, Lula afirmou ser um "amante da democracia" por entender que as amantes são frequentemente mais amadas que as esposas.

"Eu diria que eu sou um amante da democracia. Não sou nem marido, eu sou amante porque a maioria das vezes os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres, e eu sou um amante da democracia e conheço o valor dela", disse.

  • Se o cara for corintiano, tudo bem'

O petista condenou a violência doméstica em um evento com empresários do ramo alimentício no Palácio do Planalto, mas, "se o cara for corintiano, tudo bem", disse em julho de 2024. Antes, ele elogiou a quantidade de mulheres no encontro.

"Quero dizer para vocês que é louvável, é extraordinário, é a primeira reunião que nós fazemos com empresário com nove mulheres, nove mulheres. (...) Eu nunca fiz uma reunião com tantas mulheres aqui dentro", afirmou, dizendo em seguida ser cobrado pela primeira-dama, Janja, para ampliar a presença feminina nos espaços de poder.

"Hoje eu fiquei sabendo uma notícia triste. Tem pesquisa, Haddad, que mostra que depois de um jogo de futebol aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável. Se o cara é corintiano, tudo bem, como eu. Mas eu não fico nervoso quando perde, eu lamento profundamente", completou.

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