Dois homens, de 20 e 32 anos, acusados de cometer uma série de estupros em Boa Vista, foram condenados a 138 anos de prisão em regime fechado. As sentenças foram divulgadas neste sábado (5) pela Polícia Civil. Juntos, eles abusaram sexualmente de pelo menos cinco mulheres, incluindo uma criança de 10 anos.
O mais jovem recebeu a pena mais alta: 72 anos, seis meses e 19 dias de prisão. Já o comparsa foi condenado a 66 anos, dois meses e 28 dias de reclusão. A sentença é da Vara de Crimes Contra Vulneráveis.
Os réus estão presos desde janeiro deste ano, após serem alvos de operação da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). Além dos estupros, eles também são acusados de roubar as vítimas. A série de estupros e roubos ocorreram entre novembro e dezembro de 2024.
Segundo a delegada Kamilla Basto, responsável pelo inquérito na Deam, as investigações revelaram que os criminosos não agiam de forma aleatória: estudavam previamente as residências, identificando locais com presença majoritária de mulheres ou situações de vulnerabilidade, como casas sem muros ou com acesso facilitado.
Além disso, os acusados agiam durante a madrugada. Armados com facas, eles invadiam as casas e cometiam a violência sexual, física e os roubos. Até agora, eles foram julgados em quatro processo. A ação referente à criança de 10 segue em andamento na Justiça.
"Essa condenação é fruto do trabalho técnico da Deam com apoio do Departamento de Inteligência da Sesp [Secretaria de Segurança Pública]. Foram quatro vítimas de estupro e duas de roubo apuradas nesse processo. Ainda há um quinto caso envolvendo uma criança de 10 anos, que aguarda julgamento e pode elevar ainda mais as penas”, destacou a delegada.
Dupla presa por receptação também é suspeita de roubos e estupros em Boa Vista — Foto: Nylo Monteiro/Rede Amazônica
A Polícia Civil destacou que o trabalho para chegar aos suspeitos foi "técnico, sensível e estratégico". Os estupradores agiam de maneira violenta com as vítimas.
"Uma das vítimas ficou ferida na mão, por golpes de faca aplicados durante o ataque. Foi um comportamento cruel e meticulosamente planejado", relatou a delegada.
As investigações começaram em novembro de 2024, após dois casos ocorrerem da mesma maneira: invadiam as casas das vítimas de madrugada, as estupravam, agrediam e roubavam itens como celulares, joias, e relógios.
Com o apoio do Departamento de Inteligência (Deint), foi possível identificar que objetos roubados estavam sendo revendidos por meio das redes sociais, o que levou à localização de uma terceira suspeita, uma mulher de 34 anos - ela foi presa em flagrante por receptação qualificada durante a operação deflagrada em janeiro.
A operação foi deflagrada no dia 10 de janeiro de 2025, em uma vila com mais de 10 apartamentos, no bairro Pintolândia, zona Oeste da capital. À época, foram localizaram diversos objetos roubados: bolsas, roupas, celulares, maquiagens, chips telefônicos e até esmaltes.
No mesmo dia, as vítimas foram acionadas e fizeram reconhecimento formal dos autores e dos pertences roubados, segundo a Polícia Civil.
"Desde o início, fizemos um trabalho de rastreamento dos objetos subtraídos no intuito de chegar até os autores dos estupros coletivos e roubos. Quando localizamos um dos indivíduos com objetos produtos dos crimes, descobrimos que, na verdade, ele e o primo eram os autores dos delitos sexuais. Os reconhecimentos foram decisivos. Todas as vítimas e testemunhas reconheceram a dupla como autores, assim como as vestimentas utilizadas por eles durante a prática dos delitos", explicou a delegada.
Com base nas provas, imagens, monitoramento, depoimentos, objetos recuperados e confissão de um dos suspeitos, a delegada solicitou as prisões preventivas, que foram deferidas pela Justiça. Depois, os dois investigados foram denunciados pelo Ministério Público de Roraima pelos estupros coletivos e roubos.
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